Foram quatro e não vinte tiros (como chegaram a
divulgar alguns blogs da região) disparados contra o carro do promotor de
Itaíba Thiago Godoy, de 36 anos, assassinado na manhã de hoje na PE 300, entre
as cidades de Itaíba e Águas Belas. A informação é de um dos peritos que foi
até o local investigar o crime. A perícia revelou também que a arma usada no
crime foi uma espingarda calibre 12 e dois projéteis atingiram a vítima: um no
braço esquerdo e outro fatal na cabeça. “A cabeça ficou estraçalhada”,
confirmou o perito. A noiva do promotor, a advogada Mysheva Freire Ferrão
Martins foi atingida de raspão.
Terra Seria Motivo da Execução de
Promotor
Disputa por terra teria motivado a execução do
promotor Thiago Faria Soares, 36 anos, na manhã de ontem, na PE-300, nas
proximidades de Itaíba, Agreste do estado, a 331 km do Recife. Essa é a
principal linha de investigação da Polícia Civil. Ontem, o governador do
estado, Eduardo Campos, garantiu que pedidos de prisão preventiva foram
solicitados junto à Justiça. Diante do crime de repercussão nacional, a Associação
do Ministério Público de Pernambuco denunciou que existem 19 promotores que
vivem sob escolta da Polícia Militar por estarem ameaçados de morte. O
procurador geral da República designou três procuradores para, juntamente com o
Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas do Ministério
Público de Pernambuco, reforçar a equipe de investigação, formada por 50
policiais civis e militares, além do próprio MPPE.
No momento em que foi assassinado
com quatro tiros de uma arma calibre 12, provavelmente uma espingarda, o
promotor estava acompanhado da noiva, a advogada Mysheva Freire Ferrão Martins,
e do tio dela Adautivo Elias Martins. Ele conduzia um Hyunday prata na altura
do km15 quando foi interceptado por ocupantes de um Fiat Uno preto. A advogada
teria conseguido escapar pulando do carro após o primeiro disparo. Ela foi
socorrida com escoriações para a Maternidade João Vicente, em Itaíba, onde
recebeu alta médica ontem mesmo. O promotor estava de casamento marcado para o
dia 1º de novembro, mas já morava com Mysheva na Fazenda Nova, em Águas Belas.
A terra onde o casal vivia pode
ser o motivo do crime. Segundo fontes ligadas à polícia, a fazenda era habitada
por posseiros, mas o promotor teria atuado na reintegração de posse desta terra
em benefício da família da noiva, no caso, do próprio sogro. Em seguida, as
terras teriam sido colocadas para leilão através do Banco do Nordeste e, na
ocasião, o promotor teria adquirido o bem.
Duas testemunhas foram ouvidas na
Delegacia de Águas Belas na noite de ontem pelos delegados que estão à frente
das investigações. O corpo de Thiago Faria será sepultado às 15h30 de hoje no
Cemitério de Águas Belas, apesar de o promotor ser natural do Rio de Janeiro. A
escolha do local foi acertada entre as famílias
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